Pix: veja como verificar a regularidade dos seus dados na Receita Federal
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- 7 de mar.
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O Banco Central (BC) anunciou nesta quinta-feira (6) que chaves Pix associadas a CPFs e CNPJs com irregularidades na Receita Federal deverão ser excluídas.
De acordo com a instituição, cerca de 8 milhões de CPFs e 1,63 milhão de CNPJs apresentam alguma inconsistência cadastral.
A medida afeta chaves vinculadas a CPFs com status "suspenso", "cancelado", "titular falecido" ou "nulo" e a CNPJs classificados como "suspenso", "inapto", "baixado" ou "nulo".
Como verificar a situação do CPF ou CNPJ?
É possível consultar a regularidade dos dados diretamente no site da Receita Federal ou pelo portal e-CAC.
Consulta do CPF
Acesse o site da Receita Federal e procure a opção "Comprovante de Situação Cadastral no CPF";
Insira o CPF e a data de nascimento;
Marque a opção "Não sou um robô";
Clique em "Consultar";
O site exibirá a situação cadastral do CPF.
Consulta pelo portal e-CAC
Consulta do CNPJ
No site da Receita Federal, busque pela opção de consulta do CNPJ;
Informe o número do CNPJ e clique em "Consultar";
Caso a empresa seja optante pelo Simples Nacional, preencha os dados solicitados na plataforma.
Como regularizar a situação?
Para corrigir irregularidades no CPF, o titular deve acessar o site da Receita Federal e preencher os dados solicitados.
Dependendo do caso, pode ser necessário enviar documentos adicionais.
No caso dos CNPJs, a regularização pode ser feita pelo portal do governo. Basta clicar em "Consultar CNPJ", selecionar "Iniciar" e fornecer as informações exigidas.
Por que essa mudança foi implementada?
Segundo o Banco Central, a medida busca garantir que as instituições financeiras e de pagamento mantenham os dados das chaves Pix alinhados com as informações registradas na Receita Federal, garantindo mais segurança e transparência nas transações.
Riscos de perder seu Pix: entenda as novas regras do Banco Central

Desde seu lançamento em 2020, o Pix tem passado por constantes atualizações para aprimorar a segurança e a eficiência do sistema.
Nesta quinta-feira (6), o Banco Central (BC) anunciou novas diretrizes que levarão à exclusão de chaves vinculadas a CPFs e CNPJs com irregularidades na Receita Federal.
Segundo a instituição, as mudanças visam coibir fraudes e golpes, sem alterar a forma como usuários realizam ou recebem pagamentos.
O que muda com as novas regras?
O objetivo da medida é dificultar que criminosos utilizem chaves Pix com informações inconsistentes em relação aos registros da Receita Federal.
Confira as principais alterações:
Chaves Pix vinculadas a e-mails não poderão mais ser transferidas para outros titulares. Apenas chaves associadas a números de celular continuarão podendo ser migradas, devido à possibilidade de mudança de titularidade de linhas telefônicas pré-pagas.
Informações atreladas a chaves aleatórias e de e-mail não poderão ser alteradas ou atualizadas.
O Banco Central passará a monitorar e exigir a correção ou exclusão de chaves com divergências nos dados do titular em relação à Receita Federal.
Motivo das mudanças
O Banco Central identificou um grande número de chaves cadastradas: aproximadamente 836 milhões.
Dessas, 796,2 milhões pertencem a pessoas físicas, enquanto 39,9 milhões são de empresas. Por outro lado, há 173,4 milhões de usuários cadastrados, sendo 157,8 milhões com CPF e 15,6 milhões com CNPJ. Essa discrepância — cerca de cinco chaves Pix por usuário, em média — motivou a revisão do sistema.
Agora, o BC passará a cruzar as informações das chaves Pix com os cadastros da Receita Federal sempre que houver movimentações, como novas inscrições, alterações, portabilidades ou reivindicações de posse.
Isso pode me afetar?
A maioria das chaves permanece regular. Apenas 1% das chaves de pessoas físicas (cerca de 8 milhões) apresentam alguma inconsistência.
Os principais motivos são:
Erros de grafia nos dados cadastrados (4,5 milhões de casos);
CPFs vinculados a pessoas falecidas (3,5 milhões de casos);
Situação suspensa (quando o cadastro está incompleto ou incorreto);
Cancelamento por duplicidade de inscrição (dois CPFs para um mesmo titular);
CPF considerado nulo por fraude.
Caso seja necessário corrigir alguma irregularidade, a atualização do CPF pode ser feita gratuitamente no site da Receita Federal, exceto quando realizada em postos conveniados.
Combate a fraudes e golpes no Pix
Especialistas do setor financeiro alertam para o crescimento de golpes utilizando o Pix desde sua implementação.
A estimativa para 2025 é de que essas fraudes causem prejuízos de aproximadamente R$ 11 bilhões.
Os golpes mais comuns envolvem duas estratégias principais:
Obtenção indevida de dados pessoais: fraudadores entram em contato com vítimas, capturam suas informações e desviam valores para contas fraudulentas.
Acesso não autorizado a sistemas bancários: criminosos invadem plataformas de pagamento e realizam transações sem o consentimento do titular.
Independentemente do método utilizado, os valores desviados normalmente são transferidos para contas vinculadas a CPFs irregulares, seja de pessoas que desconhecem a existência da conta ou de CPFs considerados inválidos pela Justiça Federal.
Empresas precisam se preocupar?
Empresas podem verificar a situação cadastral do CNPJ por meio do site do governo federal.
Caso existam pendências ou inconsistências, a regularização pode ser necessária, incluindo a entrega de declarações fiscais omitidas.
A irregularidade fiscal pode levar ao bloqueio do Pix?
O Banco Central esclareceu que problemas tributários não levarão ao cancelamento do Pix.
As restrições aplicam-se apenas a inconsistências cadastrais no CPF ou CNPJ.
A instituição está trabalhando em conjunto com a Receita Federal para garantir que questões fiscais não afetem o uso do Pix, incluindo casos de Microempreendedores Individuais (MEIs) que não entregaram declarações recentes.
Outras mudanças no sistema
Além das novas regras, o Banco Central autorizou a devolução de valores mesmo em dispositivos não cadastrados.
Em novembro de 2024, foi estabelecido um limite de R$ 200 para transações Pix realizadas em aparelhos não registrados.
No entanto, essa restrição estava impedindo a devolução de pagamentos feita de boa-fé pelo próprio recebedor. Com a nova medida, essa limitação será flexibilizada.
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